Perigos das Tintas

Para os fãs do “Do it Yourself“, não há nada que uma lata de tinta e um bocadinho de energia não possa remediar. Mas algumas tintas, embora alegrem o ambiente, ameaçam a saúde. Por isso, escolha com cuidado e proceda com cautela.

Vapores voláteis

Na sua maioria, as tintas de óleo são feitas com compostos orgânicos voláteis (COVs), produ­tos químicos que se transformam rapidamente de líquidos em vapor e que fazem que a tinta seja fácil de espalhar. Uma vez aplicada a tinta, os COVs evaporam-se para o ar ambiente e os ligantes e o pigmento da tinta endurecem.

Os COVs podem ser tóxicos quando ingeri­dos, inalados ou absorvidos através da pele, tanto durante a aplicação como enquanto a tin­ta seca. Podem provocar dores de cabeça, irrita­ção dos olhos e do nariz, náuseas, tonturas, constrição na garganta e no peito, fadiga, dores nas articulações, visão turvada, formigueiro nas extremidades e alterações do ritmo cardíaco.

A exposição prolongada aos COVs pode causar problemas respiratórios crónicos, lesões nos rins e no fígado, redução do número de es­permatozóides, anomalias da menstruação e cancro. Está provado que os pintores profissio­nais têm uma taxa de cancro 40% mais elevada.

Alguns fabricantes de tintas especiais estão a produzir novas tintas de óleo «naturais» com ingredientes extraídos de cera de abelhas, resina das árvores, ceras vegetais e óleo de linhaça em substituição dos solventes derivados do petróleo, que libertam compostos orgânicos voláteis (COVs). Algumas destas novas tintas não têm COVs, outras têm um teor muito reduzido destes compostos.

A ameaça do chumbo

O outro grande risco das tintas é o chumbo. Nas casas de construção recente, o problema do chumbo não se põe. Mas é provável que as casas mais antigas estejam pintadas com tintas com chumbo. Sabe-se que, quando entra na corrente sanguí­nea, o chumbo causa dificul­dades de aprendizagem, hiperactividade, atraso no crescimento, problemas de audição e lesões cerebrais nas crianças. Os fetos e crianças com menos de 8 anos são os mais vulneráveis aos seus efeitos, porque o seu siste­ma nervoso ainda está em desenvolvimento.

Quando está em boas condições ou tem outra camada de tinta por cima que funciona como isolamento, a tinta de chumbo não consti­tui uma ameaça, uma vez que não há palhetas de tinta que sejam ingeridas nem pó que seja inala­do pelas crianças. Os problemas surgem quando, ao lixar ou raspar, se liberta para o ar a poeira da tinta de chumbo. As partículas podem espalhar­-se por toda a casa e áreas circundantes e depo­sitar-se nas superfícies. As palhetas de tinta que caem de casa para o solo em redor podem até contaminar os legumes do quintal.

É essa a razão por que os especialistas reco­mendam que nunca tente retirar a tinta de chumbo. Contrate um técnico ou cubra a tinta de chumbo com papel de parede, placas de pa­rede ou isolantes especiais.

Pintar com segurança

Se tomar as precauções a seguir indicadas, não há razão para não ter o gosto, e a economia, de fazer as suas próprias pinturas:

  • Use emulsões, tintas de água modernas, viní­licas, acrílicas, de látex, etc., e outras menos tóxicas para o interior da casa.
  • Abra as janelas e ligue os ventiladores para forçar os gases a saírem.
  • Use luvas impermeáveis.
  • Use uma máscara de respiração em vez de uma máscara antipoeira. O filtro do respira­dor deve ter um sistema de filtragem de alta eficiência (HEPA) para retirar do ar as partí­
  • Nunca retire você mesmo a tinta de chumbo.