As Maravilhas da Cirurgia por Laser

Os raios laser permitem lapidar diamantes, cortar aço, ler códigos de barras nos balcões de pagamento dos supermercados e deixam-nos ouvir as nossas canções preferidas no leitor de CDs. Mas isto é apenas a infância da arte.

Agora, também permitem reconstruir joe­lhos e desfazer cálculos renais. Os cirurgiões, utilizando instrumentos de laser especializados em vez dos instrumentos convencionais, como o bisturi, conseguem hoje efectuar intervenções clínicas menos traumáticas e com um período pós-operatório menos doloroso, menor risco de infecções e uma hospitalização mais curta.

Contudo, a cirurgia por laser é dispendiosa e não obrigatoriamente a melhor opção para todos os problemas. Como qualquer técnica, depende muito da perícia e da experiência do cirurgião.

A medicina utiliza muitos tipos diferentes de lasers cirúrgicos. Embora estes lasers não cor­tem o aço, permitem fazer incisões delicadas (muitas vezes com mais precisão que um bistu­ri), remover tecido (de verrugas a tumores), corrigir problemas de visão (v. caixa em baixo) e laquear vasos sanguíneos (para reduzir he­morragias). Os cirurgiões plásticos podem uti­lizar os lasers para eliminar rugas, tatuagens e marcas de nascença, como os angiomas cutâ­neos.

Os lasers têm estado ao serviço da cirurgia dos olhos desde a década de 60. Hoje em dia, uma das mais frequentes utilizações desta tecnologia é a correcção da miopia, embora também corrijam a presbiopia. Em 98% dos doentes, a cirurgia resulta em visão normal num prazo de uma a quatro semanas. Cerca de 2 a 3% dos doentes desenvolvem opacidades (névoas) na córnea, que geralmente desaparecem em poucos meses.

Existe um pequeno risco de infecção logo a seguir ao tratamento. Os efeitos secundários podem ser, entre outros, dores e irritação dos olhos e hipersensibilidade à luz. Em casos raros, a córnea pode ficar lesionada e a visão permanentemente diminuída. Menos de 1% dos doentes ficam com uma visão pior do que tinham com os óculos (ou lentes de contacto) antes da cirurgia. As despesas com a intervenção variam consoante a patologia em causa, o cirurgião e o local onde é realizada. Estas despesas não são, em regra, cobertas pelos esquemas estatais de saúde.

Uma revolução na cirurgia

Graças aos lasers, muitos problemas podem ser agora tratados mais depressa e com mais facili­dade. Entre esses problemas, contam-se:

  • Certos pólipos e tumores malignos, como os que se desenvolvem na pele, cabeça .e pescoço, mama, colo do útero e cólon.
  • Problemas de pele, incluindo as veias superficiais dilatadas, áreas pigmentadas e estrias.
  • Problemas oftalmológicos, incluindo astig­matismo, descolamento da retina e glaucoma.
  • Problemas ginecológicos, como verrugas ge­nitais, endometriose e quistos do ovário.
  • Outras situações, como cálculos renais, hipertrofia da próstata, cárie dentária e ressonar.

Os lasers não são perfeitos

Apesar das muitas vantagens potenciais da ci­rurgia por laser, não deduza automaticamente que é a melhor opção:

  • Antes de se submeter a qualquer tipo de inter­venção por laser, procure saber quais as quali­ficações e experiência do cirurgião. Se vai ser submetido a uma operação aos olhos, pro­cure um cirurgião que já tenha larga expe­riência na utilização desta tecnologia e de preferência que faça carreira hospitalar.
  • Conheça as suas opções. Muitas cirurgias por laser não são abrangidas pelo seguro, e talvez o seu problema possa ser resolvido com a mesma eficiência através de um outro tipo de intervenção menos dispendioso.
  • Tome consciência de que existem riscos po­tenciais que não têm qualquer relação com o médico nem com o equipamento. Existe uma ligeira probabilidade de queimaduras ou cica­trizes, especialmente nas intervenções derma­tológicas, e lesões permanentes da visão ou outras complicações durante uma cirurgia aos olhos.