Do Carocha ao Beetle

Foi em 1934 que Ferdinand Porsche desenvolveu os primeiros esboços daquele que viria a tornar-se um dos mais populares carros do mundo. E popular é o termo, quando falamos do Volkswagen (carro do povo, em alemão) “Carocha”. A ideia de um carro económico, de fácil manutenção, com lugar para quatro pessoas e de preço acessível surgiu antes da II Guerra Mundial, com a promessa de Hitler de que todos os alemães teriam o seu próprio automóvel. Porém, a sua massificação só seria uma realidade após a guerra e, curiosamente, pela mão dos ingleses, que reconstruíram as fábricas da Volkswagen, alvos do conflito.

O sucesso estrondoso deste carro — tosco mas cheio de personalidade — teve o seu auge em 1981, quando se venderam mais de 20 milhões de unidades, tornando-se assim o automóvel mais vendido de sempre. No entanto, foi a década de 70 a que mais simbolismo trouxe ao “Carocha”, então o eleito da geração flower power… E “Less flower. More power… Drivers wanted” (“Menos flores. Mais poder/potência… Procuram-se condutores”) foi precisamente o slogan da premiada campanha de lançamento do “Carocha” renascido — o novíssimo Beetle. A ideia de transportar o mítico automóvel para o século XXI, com toda a carga emocional dos idos anos 70, mas, agora, com o design atualizado, aliado à mais moderna tecnologia automóvel, causou impacto no público desde o primeiro momento.

Contudo, estas inovações trouxeram, mais uma vez, pelo menos uma diferença considerável em relação ao antigo “Carocha”: ser barato não é, hoje, uma das características do Beetle.

Beetle

Scooter, a Vespa dos nossos tempos

Patenteada vai para mais de 50 anos pela marca Piaggio, a Vespa foi muito mais do que um meio de transporte. Ao zumbido caraterístico que lhe deu o nome, junte-se-lhe a imagem de um casal agarrado de cabelos em desalinho, como que a voarem pelas estradas. A associação à Roma dos anos so e 60 é imediata e o postal desta viagem no tempo bem que poderia ser o modelo 98 da Vespa, desenhado, em 1945, por Corradino d ‘Ascanio, a passar junto à praia, ao pôr do Sol.

E embora tenha estado adormecida por longos anos, eis que a Vespa — objecto de culto da última metade do século XX — retorna às estradas com novo visual. Cansados do “pára-arranca” dos carros, muitos começam a ver nas chamadas scooters o meio de transporte ideal para fugir ao trânsito: fáceis de conduzir, económicas, versáteis, além de pouco poluentes, estas pequenas motas juntam, novamente, a funcionalidade e o charme de outros tempos a um aspeto moderno, de linhas a satisfazerem o gosto actual. Renasce, assim, mais uma lenda.