O que são medicamentos genéricos

Muita gente já se deve ter perguntado afinal o que são medicamentos genéricos. Certo? Bem, a grande diferença entre os medicamentos de marca e os genéricos é o preço! Os fabricantes de genéricos podem vender mais barato porque, em muitos casos, tudo o que fazem é uma cópia de um medicamento já existente. Pelo contrário, os fabricantes de marcas comerciais tiveram de custear a investigação, o desenvolvimento e a publi­cidade. Os medicamentos genéricos afastam-se, em geral, dos de marca no que se refere aos com­ponentes não-ativos, como os excipientes, os co­rantes e os sabores. Para a maioria das pessoas, a diferença nos não-ativos não tem importância; para algumas, contudo, mudar de produtos de marca para genéricos pode causar problemas. Por exemplo, o tamanho, a forma ou o revestimento de um medicamento genérico pode torná-lo mais difícil de engolir. O genérico pode conter um excipiente ou um corante que cause alergias ou um novo excipiente, como a lactose, que faça mal ao estômago. Os genéricos podem ainda di­ferir dos produtos de marca no teor de álcool ou açúcar. O risco de uma reacção adversa é maior se se tomar mais de um medicamento, pois, além da interacção entre fármacos, existem também inte­rações entre fármacos e substâncias não-ativas que podem afectar o modo como os toleramos.

Os medicamentos genéricos — versões menos caras de medicamentos de marca podem poupar-lhe dinheiro, sobretudo se sofrer de um mal crónico que exija a repetição da receita. Pode, contudo, achar que não obterá os benefícios dos medicamentos de marca. Para a maioria das pessoas, a resposta é um sim inequívoco. Para outras, depende da natureza do medicamento e do perfil de saúde de quem o toma.

Genéricos e marcas: iguais ou semelhantes?

Ao serem patenteadas, todas as substâncias ativas dos medicamentos — sujeitos a receita ou não — recebem um nome genérico (paracetamol, por exemplo), normalmente derivado da respectiva composição química. Uma vez aprovado para venda, o medicamento é licenciado a um fabricante (habitualmente, aquele que o criou), que lhe aplica um nome de marca (como Tylenol). A patente é válida por 20 anos, período durante o qual nenhuma outra empresa pode fabricar medicamentos contendo o mesmo fármaco e receber aprovação. Passados 20 anos, o medicamento (não o nome comercial) torna-se propriedade pública. Isto é, outras empresas passam a poder fabricar medicamentos contendo o mesmo composto, desde que lhe dêem um no-me comercial diferente. Estas versões, muitas vezes designadas pelo nome químico original, são o que chamamos medicamentos genéricos.

Os medicamentos genéricos devem ser idênticos ao original na forma como actuam. Para assegurar a eficácia e segurança dos genéricos, é exigida prova da sua bioequivalência. Por outras palavras, embora os componentes não-ativos possam ser diferentes, o medicamento genérico tem de conter exactamente a mesma substância activa na mesma dose que o original. Ao serem ensaiados, os medicamentos genéricos devem provar que possuem uma biodisponibilidade dentro de uma margem de 20% do original, isto é, ao tomarmos o genérico, a quantidade de substâncias ativas que penetram na nossa circulação não pode diferir estatisticamente em mais de 20% — abaixo ou acima —da quantidade que estaria presente se tomássemos a versão da primeira marca comercial. Esta regra traduz-se em que, na prática, a biodisponibilidade difira habitualmente em menos de 5%.

São excepções a esta regra os chamados fármacos críticos, que exigem uma dose tão precisa que mesmo as mais pequenas variações podem ser perigosas. Como exemplos, temos a digoxina, para problemas do coração; os fármacos imunossupressores, para os pacientes com transplantes, e a teofilina, para a asma.